Com aumento no consumo de vídeos redes de fibra ótica devem chegar ao limite em 2025

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Mercado de vídeo foi o responsável por alavancar o tráfego de dados na internet. O modelo de consumo de vídeo em serviços de streaming e plataformas de redes sociais já lideram market share no Brasil, o que sobrecarrega as redes de fibra ótica, responsáveis por trafegar os dados.

Nos últimos anos diversas previsões foram feitas sobre o aumento do consumo de vídeos na internet. Estudos já apontavam há cerca de 5 ou 7 anos que chegaríamos em 2022 com 82% de todo o tráfego da internet sendo representados por vídeos trafegados, o que sobrecarrega as redes de fibra ótica.

As redes sociais e plataformas de vídeo como YouTube, Vimeo e outros foram precursores desta tendência. Os aplicativos que não tinham foco em vídeo, como o Instagram, assumiram essa tendência e viram o consumo de vídeos explodir.

Soma-se a isso os sucessos dos serviços de streaming, que entregam vídeos com qualidade ultra HD — superando até mesmo as transmissões da TV digital convencional. 

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Limite das redes

Mas será que com toda essa demanda as redes atuais são capazes de suportar tanto tráfego? Pouco se discute sobre o tema, mas para o CTO da Nokia para a América Latina, Wilson Cardoso, esse gargalo está mais próximo do que se imagina.

No evento Furukawa Summit 2022, que aconteceu em São Paulo de 25 a 28 de setembro de 2022, a infraestrutura chegou ao limite da miniaturização com produção de transístores de 1 nanômetro, que vão começar a ser produzidos apenas em 2025. Segundo a análise de Cardoso, quem precisar crescer em receitas vendendo mais capacidade de processamento e velocidade precisará se adaptar. “Será preciso rever a arquitetura da rede para um novo modelo”, alertou o executivo, durante o evento.

Rede única ou neutra

A solução para manter o ritmo de crescimento aliado a investimentos que permitam viabilizar o modelo de negócio das empresas seria o da rede neutra. Operadoras que hoje têm infraestrutura própria, vão integrar as redes entre si, criando uma rede única por onde trafega o tráfego de todas elas.

Mas isso só ocorre atualmente no Reino Unido, que é o país líder em malha de fibra ótica na Europa, estimulados pelo órgão regulador local. A remuneração ocorre pelo investimento feito na rede, e não pelo volume de tráfego em si.

Mercado de vídeo streaming

A infraestrutura de redes é uma das maiores preocupações dos players que atuam no mercado audiovisual. Com a forte expansão, acelerada pelo período de pandemia, os serviços que comercializam streaming tiveram forte expansão nos últimos anos.

O Globo Play, maior plataforma de streaming brasileira, já contabilizava 20 milhões de usuários em 2020. Os números absolutos de assinantes não são divulgados, mas estima-se que girem em torno dos 1,5 milhão de assinantes, o que o consolida na terceira posição na preferência do brasileiro. O ranking está assim:

  1. Netflix – 91%;
  2. Amazon Prime Video – 53%;
  3. Globo Play – 30%;
  4. Disney Plus – 26%;
  5. HBO MAX – 20%;
  6. Telecine Play – 13%;
  7. YouTube Premium – 9%;
  8. Star Plus – 8%;
  9. Paramount Plus – 6%;
  10. AppleTV – 4%.

O investimento em tecnologia supera os R$ 2,3 bilhões em 2022 para alcançar o sucesso. O lucro, no entanto, ainda não veio. De acordo com as estimativas isso ocorrerá entre 3 a 4 anos. De todas as plataformas de streaming a única lucrativa é a Netflix.

Para garantir que isso ocorra a Globo e o Google fecharam um acordo com a duração inicial de sete anos onde a Big Tech será a responsável pela infraestrutura, visando dar escala ao negócio.

Que este será o modelo que ditará as regras em breve não há dúvidas. Ainda mais com a chegada do 5G, que deverá alavancar ainda mais o consumo de vídeos em dispositivos móveis. Falta agora calibrar os modelos de negócio e os investimentos em infraestrutura para fazer o conteúdo chegar ao público nas plataformas certas.

Plataformas de vídeo

Cada vez mais as emissoras de TV aberta e fechada estão migrando seus serviços para a internet. Em alguns casos com investimentos bilionários. Mas na estratégia da maior parte das TVs não é publicar o mesmo conteúdo em plataformas digitais, e sim engajar os telespectadores com pequenas “pílulas” de conteúdo que foram batizadas de “cortes”.

Esses cortes, que são pequenos trechos de maior impacto e relevância dos programas, ajudam a reforçar na memória do público os destaques dos programas e, principalmente, contam com o fator-chave do compartilhamento.

Quando uma pessoa assiste um vídeo pela TV esse conteúdo é absorvido, e talvez vire motivo de um comentário posterior com algum amigo ou familiar. Nas plataformas digitais é possível compartilhar esses cortes instantemente, o que ajuda a dar impacto, imediatismo e relevância. Até mesmo conteúdos regionais conseguem ganhar projeção nacional utilizando esta estratégia.

Para conseguir este resultado as TVs podem operar da forma tradicional, usando uma ilha de edição para cortar o conteúdo e posteriormente subir nas redes sociais ou usar plataformas como Crabber, que fazem isso de forma instantânea com uma solução em nuvem.

Conclusão

O caminho das plataformas de redes sociais é um caminho sem volta para produtores de conteúdo. O aumento do consumo de vídeos, aliados à evolução tecnológica dos dispositivos mobile e das redes de telecomunicações — em especial agora com o 5G — vão acelerar ainda mais a produção e o consumo de vídeos on-line.

Cabe às empresas de infraestrutura buscar soluções para proporcionar uma rede que atenda aos novos padrões de mercado. E aos produtores de conteúdo a adaptação aos novos modelos de negócio para alcançar novas fontes de público e de receita.

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