Geração Z: Sua emissora está entregando conteúdo da forma ERRADA

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Em um país onde os jovens da Geração Z passam mais de 4 horas diárias nas redes sociais, a sua emissora já está posicionada no ambiente digital?

O cenário digital global é fascinante, com um número impressionante de pessoas conectadas às redes sociais em uma base diária. Em um mundo com uma população total de 8 bilhões de indivíduos, surpreendentemente, 60%, o equivalente a 4,88 bilhões de pessoas, estão ativamente engajadas em redes sociais. No Brasil, especificamente, esse fenômeno é notável, com cerca de 160 milhões¹ de pessoas mergulhadas no universo das mídias digitais, dedicando, em média, quatro horas por dia para navegar e interagir nessas plataformas.

Essa imersão massiva no mundo digital tem transformado profundamente a maneira como as informações e o entretenimento são consumidos. No entanto, à medida que as águas digitais avançam, a indústria da mídia enfrenta um desafio crítico: como adaptar-se e entregar conteúdo de forma eficaz para a Geração Z? Essa geração, nascida entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2010, traz consigo expectativas e hábitos de consumo únicos, exigindo uma reavaliação das estratégias de comunicação e conteúdo por parte das emissoras de televisão e rádio.

Quem é a Geração Z?

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É fundamental compreender a essência da Geração Z antes de mergulharmos nas complexidades da adaptação das emissoras de televisão e rádio à sua audiência única. Essa geração, atualmente situada na faixa etária dos 10 aos 25 anos, é uma força impulsora da transformação digital. Desde o nascimento, esses jovens foram envolvidos por um ambiente digital, imersos na tecnologia e conectados à internet. São, sem dúvida, nativos digitais, caracterizados por sua habilidade em adotar rapidamente as últimas tecnologias e uma sede inata por autenticidade.

No entanto, o verdadeiro desafio para as emissoras de televisão e rádio não reside apenas em compreender a Geração Z, mas também em reconhecer que suas abordagens tradicionais de produção e entrega de conteúdo já não são eficazes. A Geração Z não responde mais aos formatos e estilos que eram bem-sucedidos com gerações anteriores. Aqueles dias em que as pessoas sintonizavam seus programas de rádio favoritos na mesma frequência ou assistiam à televisão da mesma forma que seus pais ficaram para trás.

Para aqueles que interagem de perto com as novas gerações, é nítida a mudança. A televisão já não é a única fonte de informação e entretenimento; agora é apenas um dos muitos meios que competem com uma série de opções disponíveis nos aplicativos de seus dispositivos móveis e televisões. Mesmo quando estão assistindo a um programa, os jovens mantêm seus dispositivos ao alcance, realizando pesquisas em tempo real, acessando as redes sociais dos personagens envolvidos e interagindo com sua rede de contatos sobre o tópico em discussão.

Portanto, enquanto a mídia tradicional ainda desempenha um papel significativo ao definir muitos dos tópicos em destaque, ela já não é a única nem a primeira escolha para um membro da Geração Z. Para se conectar efetivamente com essa audiência, as emissoras de televisão e rádio devem abraçar uma abordagem mais dinâmica e adaptável à era digital em constante evolução.

As Preferências da Geração Z

As preferências da Geração Z são um elemento crucial a ser considerado quando se trata de adaptar as estratégias de mídia das emissoras de televisão e rádio. Essa geração, conhecida por seu profundo envolvimento com o mundo digital, possui preferências específicas que moldam suas escolhas de entretenimento e informação:

  • Streaming de Vídeo: O streaming de vídeo é um pilar central nas vidas da Geração Z. Plataformas como Netflix, Amazon Prime Video, Disney+ e YouTube são suas fontes preferidas de entretenimento, permitindo-lhes assistir a programas e filmes quando e onde quiserem.
  • Redes Sociais: As redes sociais desempenham um papel fundamental na vida da Geração Z. Plataformas como Instagram, TikTok, Twitter (X) e YouTube oferecem um espaço onde eles podem se expressar, compartilhar experiências e seguir influenciadores e celebridades.
  • Conteúdo Sob Demanda: A conveniência do conteúdo sob demanda é inegável para a Geração Z. Eles valorizam a capacidade de acessar conteúdo quando lhes convém, evitando restrições de horário.
  • Personalização: A Geração Z busca conteúdo personalizado que atenda aos seus interesses e gostos individuais. Eles valorizam as recomendações algorítmicas que fornecem conteúdo relevante com base em seu histórico de visualização.
  • Interatividade: A interatividade é fundamental para a Geração Z. Eles desejam participar ativamente do conteúdo, seja por meio de enquetes, perguntas e respostas ao vivo ou votações em tempo real.
  • Autenticidade: Essa geração é altamente sensível à autenticidade. Eles podem rapidamente detectar a falta dela e valorizam conteúdo genuíno e honesto.
  • Microconteúdo: A atenção da Geração Z é dividida e fugaz. Portanto, o microconteúdo, como vídeos curtos e Stories do Instagram, é eficaz para atrair e manter seu interesse.
  • Conexão: As redes sociais permitem que a Geração Z se conecte com outros membros de sua geração e compartilhe informações e opiniões. A construção de conexões é fundamental para eles.

Estratégias para Conquistar a Geração Z:

  1. Multiplataforma: Transmitir conteúdo em várias plataformas online é essencial. Isso inclui não apenas a televisão, mas também o YouTube, Instagram, TikTok e outras redes sociais relevantes. Essa estratégia é especialmente importante para produtores primários de conteúdo, como Emissoras de Televisão, Rádio e Portais de Notícia.
  2. Conteúdo Interativo: Incentive a participação ativa do público por meio de recursos interativos, como pesquisas e perguntas ao vivo. Isso permite que os espectadores se envolvam ativamente com o conteúdo.
  3. Conexão com Nichos: Use ferramentas disponíveis em redes sociais para construir conexões e narrativas adaptáveis a nichos específicos, como o fenômeno “costurar” do TikTok.
  4. Segunda Tela: Explore a interação da “segunda tela”, onde os espectadores podem participar ativamente enquanto assistem a programas de televisão, criando uma experiência mais envolvente.

Essas estratégias são essenciais para conquistar a Geração Z e mantê-los envolvidos em um mundo de mídia digital em constante evolução.

Ferramentas e Tecnologias Relevantes

Para implementar essas estratégias, é importante estar ciente das ferramentas e tecnologias disponíveis. Plataformas de automação de mídia social, analytics avançados e software de edição de vídeo são recursos valiosos para atingir a Geração Z de maneira rápida e eficaz.

Um ingrediente importante é a agilidade da informação. Com viés cada vez mais imediatista, a Geração Z quer tudo de forma rápida. Esse senso de urgência é especialmente importante para conteúdo de notícias, esportes, shows etc. É importante ressaltar que o primeiro a divulgar uma história dá a tônica às divulgações subsequentes, portanto, ser ágil é um quesito fundamental na comunicação do século XXI.

Aplicação prática

Vamos dar uma olhada em alguns casos que ilustram o sucesso na adaptação às preferências da Geração Z:

  1. Emissora de TV – Entretenimento: Ao criar uma série de vídeos curtos e envolventes, O Big Brother Brasil aumentou o engajamento da audiência no programa. As ações foram realizadas no YouTube Shorts, Instagram e TikTok. Utilizar uma estratégia de vídeos curtos é uma estratégia eficiente para gerar buzz sobre um programa, potencializando o alcance e as interações com o público.
  2. Emissora de TV – Notícias: CNN e Jovem Pan News disputam o espaço nas mídias sociais de maneira ferrenha. Essas duas emissoras entenderam a necessidade de utilizar plataformas como o YouTube para ampliar o acesso ao conteúdo dos programas integrais, mas também fazer cortes rápidos para plataformas como TikTok e Instagram. E mais recentemente a CNN Brasil anunciou adesão ao Channels do WhatsApp.
  3. Emissoras de TV – Esportes: Conteúdo esportivo é um dos segmentos que mais engajam o público. Mais do que ver um jogo completo, como seria abrir um nova frente de vídeos curtos para exibir gols, melhores momentos, jogos históricos, entrevistas, bastidores etc.? Com essa estratégia é possível até mesmo abrir novas linhas de negócio.
  4. Emissora de Rádio – Entretenimento: Um dos conteúdos mais buscados na internet são os humorísticos e memes. Eles concentram 44% das buscas² em mídias sociais. Programas de rádio que dispõem de estúdios com transmissão de imagem já estão aptos a capitalizar em cima destas novas mídias. Exemplos disso são os programas Pânico e Pretinho Básico.
  5. Emissora de Rádio – Notícias: Até algum tempo através a rádio era um canal exclusivamente auditivo. Com o advento da internet e a popularização dos streamings as rádios se transformaram em canais audiovisuais, com muita similaridade a TVs. Marcar presença nas redes sociais é uma forma de se comunicar com as novas gerações, cujo apelo para ouvir rádios convencionais é cada vez menor.

Conclusão

Em resumo, a Geração Z representa um novo paradigma na entrega de conteúdo. Ignorar suas preferências é um erro que as emissoras de televisão e rádio não podem mais cometer. Adaptar-se às necessidades dessa geração é crucial para garantir relevância e sucesso no futuro da mídia.

Além disso, é importante ressaltar que esse movimento NÃO ATINGE somente os nativos digitais. Boa parte da Geração Y (1980-1990), Geração X (1965-1981) e até mesmo uma parcela dos Baby Boomers (1945-1964) foram arrastados por esse movimento. Uma informação que ilustra bem essa dinâmica é que se um Y passa cerca de 4h25 diários focado nos dispositivos móveis, um Baby Boomer fica cerca de 2h27³.

Portanto, é hora de repensar suas estratégias, adotar abordagens inovadoras e utilizar as ferramentas e tecnologias certas. Somente assim as emissoras poderão alcançar e envolver efetivamente a Geração Z e continuar prosperando na era digital.

Referências

  1. Pesquisa Digital – We Are Social 2023.
  2. Pesquisa Global Web Index Brasil. Conteúdo de vídeo – Usuários de 16 a 64 anos.
  3. Pesquisa Global Web Index. Base 202K Geração Z e 61K baby boomers globais.

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