Se você passou algum tempo nas redes sociais nos últimos meses, sabe do que estamos falando: vídeos curtos estão por toda parte. De dancinhas coreografadas a resumos de notícias, passando por trechos de entrevistas e análises rápidas, esse formato virou protagonista do consumo digital. Em 2025, a tendência é eles continuem se consolidando, empurrados por algoritmos que favorecem esse tipo de conteúdo e por um público que busca agilidade e leveza na informação.
Para as tradicionais emissoras de rádio e televisão, essa virada pode parecer um bicho de sete cabeças. Afinal, como adaptar conteúdos longos e densos para poucos segundos de vídeo? Mas aqui mora uma oportunidade valiosa. Ao enxergar os vídeos curtos não como um desafio, mas como uma nova linguagem, essas emissoras têm em mãos um passaporte para conquistar novos públicos — especialmente os mais jovens, que já nasceram no universo mobile.
O melhor de tudo é que a tecnologia joga a favor. Com ferramentas acessíveis de edição e inteligência artificial, dá para transformar programas inteiros em clipes rápidos, envolventes e com acabamento profissional. Trata-se, em essência, de uma mudança de olhar: o que antes era apenas arquivo agora pode virar ativo estratégico.
Reaproveitamento de conteúdo como nova vertical comercial
Uma ideia vem ganhando corpo nos bastidores das emissoras: por que não transformar o conteúdo já produzido em um novo produto comercial? Em vez de depender apenas da grade tradicional ou do ao vivo, cresce a prática de reutilizar trechos de programas, entrevistas e debates para criar vídeos curtos voltados às redes sociais. Com edição precisa e olhar editorial, cada corte vira uma nova chance de engajar — e de faturar.
Esse movimento inaugura o que já está sendo chamado de uma nova vertical comercial. Funciona assim: os vídeos curtos, publicados em canais como Instagram, TikTok, Facebook e YouTube, passam a carregar cotas de patrocínio e inserções publicitárias específicas. É uma forma de publicidade menos invasiva e mais sintonizada com o comportamento da audiência online dos públicos mais jovens.
E o mais interessante é que não se trata apenas de replicar. Uma mesma entrevista, por exemplo, pode render vários cortes com ângulos diferentes — cada um voltado a um público, um tema ou até uma marca específica. O resultado? Uma vitrine digital segmentada, personalizada e muito mais atrativa para os anunciantes que querem investir em formatos modernos.
Nossa expectativa era ter o breakeven da operação em 2 anos. Isso aconteceu no oitavo mês.
Gestor do maior grupo de comunicação do sul do Brasil
Como a tecnologia pode facilitar esse processo

Nada disso acontece no improviso. Para escalar essa produção e garantir eficiência, a tecnologia é aliada indispensável para estruturar processos que permitam operacionalizar os cortes e de maneira padronizada inserir a publicidade. Plataformas como o Crabber têm se mostrado especialmente úteis nesse cenário e carregam cases em grupos que estão no top five das maiores receitas dos grupos de comunicação do país. Elas permitem que emissoras automatizem ou agilizem o processo de corte de vídeos, delimitando os trechos mais relevantes e instantâneamente subindo os vídeos para transformar em conteúdo digital para redes sociais.
Mas não para por aí. Essas ferramentas também possibilitam a inserção de publicidade de forma inteligente: pequenos anúncios, vinhetas, marcas d’água e chamadas promocionais podem ser inseridos nos vídeos sem comprometer a experiência de quem assiste. O foco é preservar o ritmo do conteúdo e manter o usuário engajado, enquanto se gera valor comercial.
Com isso, o que antes era uma tarefa artesanal e demorada — escolher o trecho, editar, adaptar para cada rede — se torna parte de um fluxo ágil e integrado. É uma solução que não apenas economiza tempo, mas que também dá escala a uma estratégia que promete ser decisiva para o futuro da comunicação audiovisual.
Desafios e oportunidades para empresas de comunicação
Claro que adotar essa nova lógica exige uma mudança de mentalidade. As emissoras precisam começar a pensar em seus programas como plataformas de múltiplas saídas. Não se trata mais de transmitir um conteúdo e encerrar por aí. Cada programa deve ser visto como uma fonte contínua de pílulas de conteúdo, que podem ser desmembradas, adaptadas e distribuídas em diferentes canais — eventualmente até com conteúdo exclusivo, complementar ao canal principal.
Isso exige integração entre áreas que, historicamente, trabalharam de forma separada: redação, edição, marketing e comercial. É preciso criar fluxos que garantam a seleção dos melhores trechos, a edição ágil, a adaptação da linguagem e a oferta de pacotes comerciais coerentes com o público de cada rede.
Mas, com os ajustes certos, as recompensas são claras. Além de ampliar a audiência e reforçar a presença digital, essa estratégia permite diversificar a receita — algo cada vez mais necessário num mercado de mídia em transformação. Quem sair na frente pode se posicionar como referência num segmento que ainda está em construção.
Por fim...
O apelo dos vídeos curtos não é uma moda passageira. Eles respondem a uma mudança real no comportamento do público e oferecem uma avenida promissora para inovação. Para rádios e TVs, que acumulam um acervo riquíssimo de conteúdo, o desafio é transformar esse patrimônio em algo vivo, relevante — e, claro, rentável.
Com a ajuda da tecnologia, como as soluções oferecidas pelo mercado, esse caminho se torna mais simples, acessível e estratégico. É hora de pensar fora da tela da TV ou do dial do rádio e entender que o conteúdo pode (e deve) ganhar novas formas, novas vidas — e novas fontes de receita.
Em um cenário onde a atenção vale ouro, quem souber embalar boas histórias em poucos segundos pode ter nas mãos a chave para o futuro da mídia.