- Compartilhamento de conteúdo
- Share of mind
- Barateamento dos custos de infraestrutura
- Analytics – conheça o seu público
- Integração com o seu site ou aplicativo
- Cortes ganham mais visualizações do que o conteúdo integral
- Segunda tela (second screen) é um hábito sem volta
- O Market Share do YouTube é maior do que o da TV Globo
- Com as redes 5G o consumo de vídeos tende a aumentar
- Conclusão
Esta é a segunda parte do artigo em que listamos 16 motivos para a sua emissora de TV e rádio firmarem um posicionamento nas redes sociais.
Nesta segunda parte elencamos razões como a metrificação da sua operação através de data analytics, como o compartilhamento de conteúdo potencializou a audiência do conteúdo digital, a importância de estar presente em múltiplas plataformas para conquistar um espaço de referência na mente do público e outros aspectos importantes que apontam para um crescimento cada vez maior das redes — tanto em tempo de utilização quanto em audiência.
Confira o artigo completo!
Compartilhamento de conteúdo
O compartilhamento, como já falamos, é uma das principais estratégias e até mesmo o game changer no caso de muitos produtores de conteúdo. Essa muitas vezes é a principal métrica para medir o sucesso de uma campanha ou o alcance da informação.
Para se ter uma ideia da proporção, um estudo levantou que pedir um retweet gera, em média, 12 compartilhamentos do conteúdo. Com isso o conteúdo vai ganhando cada vez mais alcances em diferentes redes de relacionamento de cada pessoa.
Share of mind
Para familiarizar o leitor com o tema trago algumas definições de share of mind:
“O Share of Mind representa a participação que sua marca tem na mente do seu consumidor. Assim, ela tem como objetivo ser lembrado – positivamente – por seus consumidores.”
Ou nas palavras de Philip Kotler, considerado o pai do Marketing:
“Se você criar um caso de amor com seus clientes, eles próprios farão sua publicidade.”
Com estas duas definições creio que você já tenha percebido a importância de manter a sua marca na mente dos consumidores. Um case muito interessante é o da CNN, que durante muitos anos foi uma referência de notícias vindas do exterior, em especial dos Estados Unidos. A emissora estava sempre sendo replicada em casos de grande repercussão, como a queda das Torres Gêmeas em Nova York, o que tornou a CNN muito conhecida no Brasil mesmo sem ter nenhuma operação local.
Da mesma forma, manter a sua emissora nas redes sociais ajuda a ampliar o alcance local, estadual, nacional e até internacional — hoje em dia muitos vídeos têm viralizado em nível mundial, em alguns casos independente da língua de origem.
Barateamento dos custos de infraestrutura
Se você já planejou um projeto de montar uma plataforma OTT para exibição de vídeos com certeza já sabe que um dos maiores custos será o de transferência de dados. Ao jogar um vídeo na internet milhões de pessoas podem consumi-lo e isso vai para a sua conta de TI, o que muita vezes não está em compasso com o setor comercial.
Além deste custo um outro elemento é fundamental para garantir a qualidade da experiência do telespectador: ter infraestrutura espalhada por diversos locais pelo país replicando o conteúdo principal — a chamada CDN (content delivery network).
Em todas as redes sociais esse custo é assumido pela plataforma, que utiliza a monetização por meio de anúncios para financiar essa operação. A tendência é que no futuro esse fator diminua a sua influência sobre o custo de se distribuir vídeos em massa. Tanto pela flexibilização dos preços versus GB trafegados quanto pelo padrão de encapsulamento do vídeo, o que garante que um arquivo digital será comprimido perdendo cada vez menos qualidade.
Apesar disso, estar com o seu conteúdo no território da internet se ainda não é um projeto lucrativo certamente é um projeto estratégico. Por isso se o caixa ainda não permitir a estruturação de um projeto próprio é essencial estar nas redes sociais não apenas pelo modelo comercial, mas também pela presença no ambiente digital.
Analytics – conheça o seu público
Aqui mora um dos pontos mais relevantes das plataformas de distribuição de vídeos. Você tem métricas e insights sobre o seu público e sobre o conteúdo que está sendo entregue a ele. Alguns players do mercado que investem nessa vertical já conseguem extrair informações valiosas: quem é o seu público? Quem publica os seus vídeos além de você? Quanto alcance você está tendo? Qual mercado é mais promissor?
Enfim… são muitos insights que podem ser trabalhados de forma a aplicar um ciclo de melhoria contínua no seu conteúdo e na sua operação. Em um mercado com cada vez mais concorrência investir em conhecimento é um fator fundamental.
Integração com o seu site ou aplicativo
É possível usar as plataformas de vídeo para fazer o upload do seu conteúdo e embutir o player no seu site (CMS) ou aplicativo (OTT). Algumas emissoras já utilizam este recurso, fazendo o casamento de matérias de texto com a reportagem em vídeo e/ou um podcast.
É um meio de fazer uma junção do próprio conteúdo ao seu site ou aplicativo usando infraestrutura das plataformas, mitigando os custos de implantação.
Cortes ganham mais visualizações do que o conteúdo integral
Um desses insights que podemos extrair é o de que cortes ganham mais projeção e monetização do que conteúdos completos. A métrica do Flow Podcast é que de cada R$ 1 gerado de anúncios são gerados R$ 2 ou R$ 2,50 para os cortes — o vídeo curto clipado.
Existem várias explicações para isso, mas as principais são:
- Velocidade da informação — com o avanço das telecomunicações a informação passou a trafegar em velocidades nunca vistas e sem fronteiras
- Quantidade de conteúdo produzido — o volume de dados produzido dobra a cada ano; hoje produzimos cerca de 35 trilhões de gigabytes por ano.
- Mudança geracional — as novas gerações têm tendência ao imediatismo, o que influencia o comportamento de consumo de mídias
- Dispositivos móveis — todos estão on-line em qualquer lugar, 24 horas por dia, consumindo e gerando informações
Segunda tela (second screen) é um hábito sem volta
Aqui está um outro fenômeno que chegou com a popularização dos dispositivos móveis. Quem nunca deu um Google para saber mais sobre uma notícia da TV? Ou quis saber mais detalhes sobre um filme?
A segunda tela está do nosso lado. Basta pegar o celular e fazer uma pesquisa rápida para aprofundar sobre algum assunto de interesse. O objetivo da segunda tela é justamente oferecer um aprofundamento ou um conteúdo extra ao que está sendo exibido.
O fenômeno da segunda tela por ser sequencial: após ser impacto; ou simultâneo: durante o momento em que a informação está sendo consumida.
O Market Share do YouTube é maior do que o da TV Globo
O YouTube é a segunda rede social mais usada no Brasil, só perdendo para o WhatsApp. São 138 milhões de brasileiros usando a plataforma diariamente, segundo o estudo da We Are Social.
Em dados de 2018 do levantamento publicado pelo Think with Google, patrocinado pela própria empresa, o YouTube detinha 15% de market share à época e a emissora de maior audiência no Brasil 18%. Vale lembrar que de lá para cá muita coisa mudou, inclusive com a aceleração do meio digital, em especial após a pandemia.
Com as redes 5G o consumo de vídeos tende a aumentar
Se com a internet de quarta geração nos celulares e com a ampliação das velocidades da internet fixa cerca de 82% do conteúdo trafegado na internet são vídeos… imagine com a chegada do 5G, que acelera para níveis até 20 vezes maiores as conexões móveis.
O vídeo tende a se fixar em uma posição absoluta de liderança na atenção do público. Só por este aspecto já vale a pena adotar um posicionamento mais enfático nos canais digitais.
Conclusão
É importante ressaltar que as TVs não vão morrer com a ampliação dos canais digitais, mas vai ter que reinventar. Esse movimento ocorreu com diversas mídias ao longo da história, como a mídia impressa e o rádio.
Será cada vez mais difícil prender a atenção do público e se destacar em um mar de concorrência que pode vir de todos os lados, inclusive de um YouTuber com um conteúdo que gere valor para determinado público. Por isso, não é raro ver alguns influencers digitais com mais seguidores do que meios de comunicação profissional.
Eles engajam mais porque falam a linguagem da audiência e têm foco nas plataformas digitais. Enquanto isso muitas emissoras de rádio e TV sequer têm redes sociais estruturadas, com ferramentas que ajudem na gestão e interação com o público.
Cabe aos profissionais do segmento buscar os meios de se reinventarem e começarem a olhar com outros olhos para o a multiplataformização do conteúdo. Aos que não se reinventarem, de fato, devem ficar pelo caminho…