Provavelmente você não sabe, mas na última sexta-feira começaram os Jogos Pan-Americanos 2023, realizados em Santiago, Chile. O motivo do desconhecimento é que nenhuma televisão, seja aberta ou por assinatura, no Brasil adquiriu os direitos de transmissão. Os únicos meios de acompanhar as competições são através do canal oficial do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e por um serviço de streaming que obteve os direitos de transmissão na internet.
De acordo com informações de alguns veículos de imprensa, as cifras envolvidas nessa negociação impressionam, girando em torno de R$ 50 milhões para a transmissão. Apesar de Globo e Band terem demonstrado interesse, as negociações não avançaram. As negociações da PanAm Sports, a organizadora da competição, foram fechadas por R$ 25 milhões com o COB, que repassou os direitos para os detentores do canal de streaming, como reportado pela Folha de S. Paulo.
A Disney, proprietária da ESPN e do Star+, também manifestou interesse, mas não avançou nas conversas. Uma das condições da empresa era não disponibilizar os jogos gratuitamente no streaming. Na avaliação da direção da empresa, oferecer o conteúdo gratuitamente não geraria conversão de assinantes, já que a concorrência não seguiria o mesmo caminho.
O fato de que o público ainda está pouco informado sobre o evento não pode ser atribuído ao desempenho do Brasil nos jogos, já que estamos em quarto lugar na classificação geral, com 5 medalhas de ouro, ficando atrás apenas dos EUA (26), México (10) e Canadá (9). Isso demonstra que a mídia televisiva ainda é essencial para engajar o público, mesmo em eventos esportivos de grande magnitude, que naturalmente despertam o interesse dos torcedores.
Audiência da internet ainda fica longe da TV
Audiência é baixa na internet. Durante a Copa do Mundo de 2022, com jogos transmitidos na TV aberta e por assinatura, canais de streaming atingiram picos de 5,4 milhões de usuários simultâneos. No Pan 2023, os picos de audiência têm sido um pouco mais de 80 mil dispositivos conectados. Até o momento, os jogos de vôlei da seleção feminina têm obtido as maiores audiências.
Apesar de ser uma audiência considerável para o mercado da internet, isso está longe de representar uma ameaça à TV aberta. Para efeito de comparação, um ponto de audiência na TV equivale a 517 mil pessoas em todo o país e cerca de 77 mil aparelhos sintonizados apenas na Grande São Paulo, estimando-se um total de aproximadamente 206 mil pessoas.
COB e atletas apreensivos
Diante dessa situação, o Comitê Olímpico Brasileiro e os atletas que competem estão cautelosos. Oficialmente, o Comitê destaca que está “alcançando números históricos com a transmissão”, mencionando 1 milhão de usuários no primeiro dia do evento. No entanto, a baixa audiência surpreendeu até mesmo os profissionais envolvidos na operação. Das 750 horas de transmissão ao vivo durante os jogos, o canal do COB, @TimeBrasil no YouTube, cobrirá 700 horas. “Esperamos que esses números cresçam à medida que a competição avança”, disse Rogério Sampaio, diretor-geral e chefe da missão em Santiago.
Crédito das imagens: Comitê Olímpico Brasileiro
Diante dessa situação, o Comitê Olímpico Brasileiro e os atletas que competem estão cautelosos. Oficialmente, o Comitê destaca que está “alcançando números históricos com a transmissão”, mencionando 1 milhão de usuários no primeiro dia do evento. No entanto, a baixa audiência surpreendeu até mesmo os profissionais envolvidos na operação. Das 750 horas de transmissão ao vivo durante os jogos, o canal do COB, @TimeBrasil no YouTube, cobrirá 700 horas. “Esperamos que esses números cresçam à medida que a competição avança”, disse Rogério Sampaio, diretor-geral e chefe da missão em Santiago.
Sem a transmissão das competições na TV, os sites de esportes têm dado pouco destaque, uma vez que muitos deles estão ligados a grupos de comunicação. Para os atletas e para o próprio evento, a falta de visibilidade representa um obstáculo. Com uma baixa exposição, diminuem as chances de patrocínios tanto para os atletas quanto para o próprio evento. Isso é especialmente relevante considerando que o Brasil é um dos maiores mercados na América e o maior na América do Sul.
A última vez em que um “Pan” não foi transmitido na TV no Brasil foi em 1995. Desde então, todas as edições foram televisionadas com destaque na programação e chamadas antes do evento.