É fato que a pandemia de Covid-19 deu um empurrão nas atividades on-line pelo mundo todo. Com o distanciamento social obrigatório as pessoas foram forçadas a mudar hábitos que antes eram presenciais, para meios digitais. Os ensinos ficaram remotos, as compras pela internet dispararam e as plataformas de streaming nunca foram tão aclamadas.
A internet se mostrou uma boa ferramenta quando foi preciso para tentar desviar um pouco os olhares das restrições que o Covid-19 trouxe ao mundo. Isso estimulou a mudança na forma como o público consome conteúdo, formas de entretenimento, lazer, notícias e comunicações em geral que são entregues.
O brasileiro gasta, em média, 10 horas e 8 minutos por dia utilizando a internet — 3 horas e 42 minutos apenas com redes sociais. Com um tempo tão expressivo fica claro que o consumo de informação não está mais vinculado a dispositivos off-line como canais de televisão convencionais, por exemplo.
No Brasil 160 milhões de usuários estão conectados à internet, e 150 milhões deles usam as mídias sociais ativamente. O grande destaque destas plataformas já captou os olhos do mercado, onde marcas apostam em conteúdos para as redes sociais para investir em campanhas, lançamentos e ações online.
A 18ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021 da PwC (conhecida antigamente por PricewaterhouseCoopers) apresenta dados de alguns segmentos, por exemplo: gastos em entretenimento e mídia, com acesso a internet e investidos em publicidade.
Nessa edição houve destaque em crescimento de consumo ao assistir a vídeos em dispositivos móveis: o total de dados consumidos por brasileiros em 2021 terá um crescimento de 23% comparado aos anos anteriores. E 76% adquiriram conteúdos digitais, como serviços de streaming (broadcast e broadband) e publicações digitais a cada mês, como revistas e jornais online, por exemplo.
O conteúdo de vídeo on-line — em plataformas de streamings como Netflix e YouTube — representou 13,1% da audiência dos televisores ligados no Brasil no período referente à média diária, segundo o Kantar Ibope. A pesquisa da PwC demonstrou que a forma como as pessoas consomem vídeos mudou, agora os telespectadores têm buscado um conteúdo personalizado e que seja acessível a qualquer instante, de qualquer localidade.
O segmento de broadband, por consequência da migração do público, vem tendo crescimento constante. Somente em 2021 a base de usuários de serviços OTT (over the top) deve crescer 9%, de acordo com o mesmo levantamento.
YouTube já tem mais audiência do que emissoras de TV
O YouTube é a plataforma social mais utilizada pelos brasileiros. Mais de 96% dos usuários de internet no país com idade entre 16 e 64 consomem vídeos por lá. Este número é mais do que o número de pessoas conectadas no WhatsApp, que segundo a We Are Social são 91,7% dos internautas.
Um estudo publicado no site Think with Google em 2018 mostrou que o YouTube estava perto de alcançar o marketing share (participação no mercado) da TV Globo, e ultrapassava todas as outras TVs abertas ou fechadas.
De acordo com dados do Google do final de 2020, 120 milhões de pessoas estão consumindo YouTube. A maior parte delas pelo celular, enquanto cerca de um quarto dos telespectadores buscam o conteúdo pela TV.
Levando em consideração o papel crucial que as TVs têm hoje no comportamento das pessoas, esses dados levantam uma bandeira vermelha para os criadores de conteúdo digital no que se trata do tipo de conteúdo e nos formatos no qual serão produzidos para as plataformas. Com isso já dá pra ter uma noção de como nosso relacionamento com o mundo mudou graças ao digital. Mas então, o que esperar das mídias digitais daqui pra frente?
Os programas de rádio e TV sendo transmitidos de estúdios particulares de apresentadores, por suas redes sociais particulares ou dos veículos de comunicação, trazendo assim outra forma de produção, como as rádios que se adaptaram aos podcasts e os programas de tv que estão em plataforma de streaming, inclusive ao vivo.
O jornalismo é uma das profissões que precisa se adaptar às mídias digitais e à velocidade em que as informações são requisitadas, alimentando os canais e as redes sociais com vídeos em tempo real, pois as redes sociais já passaram o alcance da TV como fonte de informações, com 87% de consumo em redes sociais, contra os 66% que ainda consomem na televisão convencional.
Instagram e Youtube são as redes sociais com mais alcance em consumo de conteúdo de notícias
É o momento de embarcar nas novidades, vantagens e plataformas que nos permitem usar e oferecer o melhor que a tecnologia tem: As broadbands, as IA’s (inteligências artificiais) e as IoT’s (internet das coisas) que serão tão habituais quanto o celular é para nós no momento.
Os avanços não vão parar e as fronteiras entre os mundos
O on-line e offline ficarão cada vez mais tênues. Caminhamos para a regulamentação de diretrizes das mídias digitais, permitindo o uso da internet de forma mais ética e as informações mais seguras e com credibilidade, permitindo assim infinitas possibilidades de comunicação, produção e divulgação de notícias, e acesso a serviços e produtos na palma de nossas mãos.